POR: NICO MARENGO
12.03.2024 - 6 MINUTOS
No mundo antigo, as mulheres eram reverenciadas como portadoras do poder divino da criação, uma narrativa resgatada por Merlin Stone em seu livro "Quando Deus era Mulher". Publicado em 1976, durante a terceira onda do feminismo, o livro lança luz sobre um período esquecido da história.
Merlin Stone nos guia por um mergulho fascinante nos séculos em que as mulheres lideravam e a Deusa primordial era adorada. Uma história suprimida ao longo do tempo, ausente das narrativas históricas convencionais.
A religião desempenhou um papel crucial na organização social e política, influenciando leis, códigos e educação. Mesmo para não adeptos do cristianismo, seus princípios moldaram nossas vidas diárias.
Antes de ser associado ao masculino, o princípio divino era feminino. A divindade estava intimamente ligada ao mistério do nascimento, atribuído naturalmente às mulheres como portadoras desse poder criativo.
O Declínio das Deusas
Com a chegada de povos invasores, especialmente os hebreus, testemunhamos a destruição dos templos, imagens e tradições das deusas. Séculos de opressão seguiram-se, diminuindo a posição das mulheres na sociedade e silenciando suas vozes.
A narrativa das deusas foi sequestrada pela religião judaico-cristã, relegando as mulheres a papéis secundários nas narrativas religiosas. Uma tática empregada por colonizadores para controlar e subjugar populações.
Hoje, ao proclamarmos "Deus é Mulher", buscamos resgatar narrativas que nos ajudem a construir paradigmas alinhados aos valores feministas. É hora de reconhecer o papel fundamental das mulheres na e colaborar para o equilíbrio perdido há séculos.
Sim, Deus é Mulher, e nossa vulva é cósmica. É chegada a hora de celebrar a divindade feminina e honrar o poder criativo que reside dentro de cada uma de nós.